Há beijos de cinema mas também há
beijos de verdade, como aqueles do final feliz, com a esperança de felicidade
eterna…
Um beijo perfeito, por vezes mais outro, inspirar e olhos nos olhos,
tentar parar, racionalizar o prazer, subestimar o momento, tentá-lo embaraçoso
e apaixonante.
E num ápice, as mãos atrevem-se mais que o beijo, o corpo acorda
num esplendor acelerado e a alma adormece, inerte e sem sonhos, isenta de
culpa. Não há antes nem depois numa fusão de tal calibre. A técnica exige-se
perfeita, um beijo assim é uma forma subtil de sexo, de tão obsceno na sua
ostentação pública, e não é para todos. Serão duas pessoas dotadas para a
perfeição do amor instantâneo, para criar aquele instante...
Sussurram-se
palavras quebradas a meio, as bocas afastam-se, para sustentar a magia, presa
por um fio de saliva e mal os níveis de oxigénio são repostos, regressa-se ao
real… serão beijos de cinema???
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